Entre as muitas mudanças que uma empresa vive, uma delas é a mudança na forma de recrutamento. Mais candidatos à disposição não significa que os desafios de encontrar as pessoas certam diminuam.
Podíamos passar o dia listando as mudanças, mas vamos nos concentrar em algumas poucas, como a preferência dos jovens, especialmente, por trabalho remoto ou híbrido, a busca por mais qualidade e equilíbrio de vida, a necessidade de um segundo ou terceiro idioma num mundo cada vez mais globalizado.
Para lidar com essas demandas, e provocar mais “encontros”, algumas organizações têm apostado mais no que chamamos de employer branding — ou seja, valorizar o que a empresa oferece às suas pessoas — como forma de encontrar os seus empregados perfeitos.
A marca, antes vista como um atributo importante na venda de produtos ou de posicionamento da própria empresa, agora também tem sua função entre as pessoas que queremos trazer ou manter nas nossas empresas. Sim, o desafio não é só para atrair. A média de tempo que uma pessoa fica numa empresa tem caído ao longo dos últimos anos. As pessoas têm buscado experiências atraentes, estejam onde estiveram. Se isso não acontece onde ela está, partem pra próxima.
E os estudos demonstram que uma boa reputação corporativa se traduz em várias oportunidades para as organizações, entre elas a de maior capacidade de atração e retenção de talentos para uma organização. Um recente estudo da Caliber, consultoria internacional especializada em gestão da reputação corporativa e que tem no seu modelo de monitoramento mais de 20 atributos e um atributo específico para avaliar a força da marca empregadora mostra um pouco do papel da marca nos processos de recrutamento. Quando as pessoas conhecem a marca, tendem a terem uma melhor consideração e propensão atitudinal demonstrando mais interesse em trabalhar com ela. Quanto mais conhecem detalhes de como é trabalhar nessa organização, seu propósito e valores, essa percepção da marca empregadora se amplia.
Isso traz um horizonte de possibilidade para Recursos Humanos. Há mais dados disponíveis para identificar tendência, ajustar práticas, contar pras pessoas os diferenciais em que trabalhamos e, finalmente, criar mais encontros. Bruna Mascarenhas, Bell Gama e eu falamos disso em nosso livro mais recente sobre o assunto, e é bom ver dados e mais dados atuais que demonstram que a estratégia gera bons resultados.
Que tenhamos cada vez mais o mesmo cuidado com nossas pessoas que temos com nossos produtos e serviços, especialmente porque uma marca se constrói de dentro para fora. Para finalizar, minha sugestão é que vocês considerem seja ainda em 2024 ou no planejamento de comunicação de 2025, construírem métricas internas e externas com relação a força da marca empregadora da sua organização.
Viviane Mansi é executiva, escritora, professora e membro do conselho da Caliber.
Nesse contexto, pensando nos desafios deste ano e na construção do planejamento estratégico para o ano de 2025, entender como a sua empresa está sendo percebida pelos seus públicos de interesse e conseguir traduzir em estratégias, apoiado sempre pela profundidade de análise e relevância metodológica que caracterizam a Caliber pode ser crucial para seu sucesso. Se a sua organização, seja da área de energia ou de outro segmento, entende a importância da reputação corporativa, vale considerar deixar de lado apenas a gestão por feeling e adotar uma gestão baseada em dados, construindo estratégias aderentes às expectativas da sociedade, ao trazer a percepção dos seus públicos para o centro da tomada de decisão. Mesmo em tempos de inteligência artificial, construir conexões reais e efetivas continua tendo peso estratégico para as organizações.