“Empresas comprometidas com a responsabilidade social e a sustentabilidade, além de aprimorar sua reputação, estão mais preparadas para enfrentar desafios futuros¨ – Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos.
Pioneiro nas pautas de responsabilidade empresarial, social, ambiental e de governança e integridade, o Instituto Ethos se tornou referência no cenário nacional quando o assunto é ESG. Nesta entrevista, Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos, nos conta um pouco mais sobre o trabalho que a instituição vem desenvolvendo ao longo do tempo e explica como uma atuação responsável pode fazer toda a diferença na reputação das empresas.
Confira:
– Pode nos contar um pouco sobre a missão e os objetivos do Instituto Ethos? Como a instituição tem apoiado o cenário empresarial brasileiro ao longo desta trajetória?
¨Nossa missão é mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerirem seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade justa e sustentável. Este ano, estamos focando no combate às desigualdades e engajando empresas em práticas mais transparentes e socialmente responsáveis. Durante nossa trajetória, apoiamos a promoção de diálogos, o desenvolvimento de iniciativas colaborativas, além de fornecer ferramentas para a adoção de uma gestão para o desenvolvimento sustentável e que contribuam para políticas públicas, ocupando espaços de diálogo e construção coletiva¨.
– Olhando em perspectiva, qual é o grande legado?
¨A contribuição para a transformação que temos observado nas empresas e na sociedade, ampliando a conscientização sobre a importância da responsabilidade social e ambiental nos negócios e promovendo mudanças de mentalidade e práticas empresariais. Vemos um cenário em que a sustentabilidade não é mais uma opção, mas sim um imperativo para as empresas, e estamos orgulhosos de ter participado desse movimento. A estratégia ESG, que nós tropicalizamos para “ASG”, é um grande vetor nesse sentido¨.
– Qual é o papel das empresas parceiras do Instituto Ethos no estímulo à responsabilidade social e à sustentabilidade nas empresas?
¨As empresas parceiras desempenham um papel fundamental no estímulo à responsabilidade social e à sustentabilidade, como: adoção de práticas sustentáveis, criação de referências no mercado e compartilhamento de experiências e desafios, inspirando outras empresas a seguirem o mesmo caminho. Além disso, a colaboração entre elas permite a troca de conhecimentos, a cocriação de soluções inovadoras e o fortalecimento da cultura de responsabilidade social no setor empresarial brasileiro¨.
– Uma reputação sólida é um ativo valioso para as empresas. Como uma estratégia ESG pode influenciar positivamente a reputação corporativa?
¨Uma estratégia ESG, por meio de práticas ambientais responsáveis, promoção à diversidade, equidade e inclusão social e garantia de uma governança transparente, é fundamental para construir uma reputação corporativa sólida e duradoura. Deste modo, as empresas geram confiança junto aos stakeholders e demonstram seu compromisso e resultados econômicos com a sustentabilidade. Essa abordagem não apenas fortalece a imagem corporativa, mas também contribui para atrair investidores conscientes e pessoas consumidoras alinhadas com valores éticos¨.
– Quais as principais ações que as empresas podem implementar para construir uma reputação empresarial sustentável?
¨As empresas devem adotar medidas concretas, como o combate à violação de direitos, a redução de emissões de carbono, investimento em políticas de diversidade e equidade e inclusão no mercado de trabalho. Além disso, a transparência, seus atos e sua comunicação são cruciais, fornecendo informações claras sobre os esforços e os progressos alcançados em relação às metas ESG. O engajamento junto aos stakeholders e a participação em ações coletivas também são etapas importantes¨.
– Quais são as oportunidades para as empresas que se comprometem com a responsabilidade social e a sustentabilidade?
¨Além de aprimorar sua reputação e atrair pessoas consumidoras e investidoras alinhadas com seus valores, essas empresas estão mais preparadas para enfrentar desafios futuros, como regulamentações mais rigorosas e demandas crescentes por práticas sustentáveis. A inovação e a diferenciação competitiva também são impulsionadas por abordagens sustentáveis e socialmente responsáveis¨.
– Como você vê o futuro do compromisso das empresas com a sustentabilidade e a responsabilidade social? Quais tendências ganharão mais força no futuro próximo?
¨Vejo um futuro promissor. À medida que as preocupações e exigências ambientais, sociais e de governança se intensificam, as empresas serão cada vez mais pressionadas a adotarem abordagens sustentáveis em suas operações, cadeia produtiva e de valor. Tendências de investimento responsável, regulamentações mais rigorosas e a valorização do enfrentamento às desigualdades ganham mais força a cada dia. As empresas que se anteciparem a essa tendência e praticarem a sustentabilidade estarão melhor posicionadas para prosperar em um mundo em constante transformação, e nós, do Instituto Ethos, estamos à disposição para ajudar nesse desafio¨.
Sobre Caio Magri
Sociólogo pela Universidade de São Paulo (USP), foi gerente de políticas públicas da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança (1995-2000); Coordenador do Programa de Políticas Públicas para a Juventude da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (SP) (2001-2003); Integrou a equipe da Assessoria Especial do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003.
Atua no Instituto Ethos desde 2004, quando iniciou como assessor de Políticas Públicas. Em 2005, tornou-se gerente-executivo de Políticas Públicas, em 2014, diretor-executivo e em 2017 foi nomeado diretor-presidente. Integra os Conselhos Governamentais: Conselho Municipal dos ODSs da Prefeitura de São Paulo; CTICC (Conselho de Transparência, Integridade e Combate à Corrupção (CGU); Pró-Ética (CGU); Agro + (MAPA); Infra + (MInfra); Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável – Conselhão (CDESS).
Também integra os Conselhos Empresariais e da Sociedade Civil: Conselho de Sustentabilidade da FECOMERCIO- SP; Fundo JBS para a Amazônia; Instituto Brasileiro de Autorregulação no Setor de Infraestrutura (IBRIC); Pacto Global no Brasil; Rede Nossa São Paulo; Instituto de Apoio a Crianças e Adolescentes com Doenças Renais (ICRIM); Associação São Agostinho (ASA); Instituto Ética e Saúde; Conselho Deliberativo do InPacto.